As altas temperaturas típicas do verão em Natal têm aquecido não só os termômetros, mas também o comércio local. Com a sensação térmica frequentemente beirando os 40°C, a procura por ventiladores, climatizadores e aparelhos de ar-condicionado cresceu e gera um aumento de até 30% nas vendas desses produtos em comparação com outros períodos do ano. O movimento já é esperado por lojistas, que aproveitam a estação para atender à demanda crescente e, ao mesmo tempo, impulsionar o faturamento no início do ano.
De acordo com Allana Carvalho, vendedora de uma loja de eletrodomésticos na capital potiguar, janeiro sempre traz um aumento expressivo na procura por aparelhos de climatização. “Todo ano é assim nesse período de janeiro. Os clientes vêm aqui, já vêm direto procurar, me perguntam, querem saber de tudo. No caso do ar-condicionado eles perguntam mais sobre a potência, os BTUs, o gasto de energia, e a gente faz o atendimento, tira dúvidas”, explica.
Segundo ela, os ventiladores continuam sendo os campeões de venda. “Acredito que 90% das vendas de dezembro a fevereiro são de ventiladores, que são mais em conta e refrescam também. Já é um período estratégico onde as vendas crescem em comparação com outros períodos do ano que não estão tão quentes como agora. É o momento da gente também oferecer um desconto, um parcelamento especial e também um atendimento diferenciado, porque isso conta muito”, diz.
A percepção de aumento nas vendas também é compartilhada por Serginaldo Coelho, outro vendedor experiente do segmento. Ele estima que as vendas desses aparelhos subam cerca de 30% em relação aos meses de temperaturas mais amenas. “A procura é muito grande e a venda de ventilador também. O calorão causa isso, já é um movimento que percebemos todos os anos aqui. O ventilador é realmente o que vende mais, tem o climatizador, que fica no meio termo, e também o ar para quem pode investir um pouco mais”, afirma.
Do lado do consumidor, a busca por economia é um dos fatores que influencia a decisão de compra. Wellington Maciel, funcionário público, está entre os que procuram por ventiladores durante o verão. Ele relata que os preços atrativos e as promoções estão sendo um grande incentivo para a aquisição. “Os preços estão muito bons, e as promoções ajudam bastante. Dá para encontrar modelos bons com valores acessíveis, o que é ótimo nesse período tão quente”.
Para muitos, o planejamento inclui uma pesquisa detalhada antes de fechar negócio. Foi o caso de José Edgar, aposentado, que comprou recentemente um ventilador após comparar valores em diferentes lojas. “Pesquisei bastante antes de comprar, porque os preços variam muito. No final, consegui encontrar um modelo que atendeu ao que eu precisava por um preço justo. Vale a pena ter paciência para pesquisar e não comprar logo de cara porque vão empurrar para você um preço acima”, comenta.
Com as temperaturas ainda elevadas e a previsão de calor intenso até o final do verão, os lojistas seguem otimistas em relação às vendas de aparelhos de climatização. Eduardo Freire, vendedor, destaca a importância de atender às expectativas dos consumidores com produtos de qualidade e bom custo-benefício. “O foco é oferecer o que o cliente precisa com um atendimento que o ajude a escolher o melhor para ele. Isso faz toda a diferença, ainda mais em um período onde a procura é tão grande”.
Altas temperaturas marcam janeiro
O calor característico do verão no Rio Grande do Norte deve se manter presente nos primeiros meses de 2025, com temperaturas variando entre 31°C e 32°C em Natal, segundo a Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (Emparn). No interior do estado, os termômetros poderão atingir até 38°C, marcando mais uma vez a diferença térmica entre o litoral e as regiões semiáridas. Apesar do calor, os meteorologistas da Emparn projetam um verão menos quente em comparação ao início de 2024, com chuvas dentro da média histórica, reflexo das condições observadas nos oceanos Atlântico e Pacífico.
O ano de 2024 foi registrado como um dos mais quentes em décadas no Brasil, com a temperatura média nacional atingindo 25,02°C, superando a média histórica de 1991 a 2020, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). No Rio Grande do Norte, o calor também bateu recordes, com uma média de 27,01°C no estado. Mossoró foi destaque ao registrar a temperatura mais alta do ano: 40,3°C, no dia 10 de janeiro. Segundo Emparn, esse calor extremo foi potencializado pelo fenômeno El Niño, que esteve ativo no período, além de condições climáticas locais e globais.
Fonte: Tribuna do Norte
Foto: Luciana Tito - Queridinha do Comércio
23 de janeiro de 2025