A Shein vai começar a produzir no Rio Grande do Norte nos próximos dias e a expectativa dos empresários é positiva para um futuro próximo. Com capacidade de produção ociosa, proprietários de pequenas fábricas acreditam em incremento na produção e manutenção de empregos. A situação foi destaque na imprensa nacional.
rn
rn
Ao todo, o Pró-Sertão, que é o programa criado para fomentar a produção têxtil no Seridó, tem 122 oficinas de costura cadastradas em 24 municípios. Porém, nos últimos anos, as empresas tiveram perdas devido ao fim de contratos com a Hering e Malwee, que migraram a produção para outras áreas por decisões de logística.
rn
rn
O polo do Seridó concentra a maior parte das 122 oficinas que fazem parte do Pró-Sertão. Porém, de 10 anos para cá, com a chegada da Guararapes e sob forte fiscalização do Ministério Público do Trabalho (MPT), aumentou o grau de formalização e de cumprimento de exigências trabalhistas nas confecções. A gigante têxtil chegou a ser alvo de ação, mas teve decisões favoráveis na Justiça e que deram segurança para a chegada da Shein. Apesar disso, o MPT segue recorrendo.
rn
rn
O Valor Econômico retratou a dependência que as fábricas têm da demanda da Guararapes. Ouvido pelo Valor, o empresário Ronaldo Lacerda, da confecção Cabugi, em Tangará, disse que teve que cortar 20% dos funcionários, mas que espera melhora na situação com a chegada da Shein. "A Shein pode ser a nossa tábua de salvação".
rn
rn
O empresário José Medeiros de Araújo, dono da Zaja Confecções, será um dos primeiros fornecedores locais para a Shein. Hoje ele tem 35% de ociosidade na sua oficina, que conta com 131 costureiros. Ao Valor, ele disse aguarda a confirmação do contrato para ampliar o quadro de funcionários. "Ainda não voltei a contratar, vou sentir primeiro o termômetro da [Shein]”, diz. Ele explica que, representando 75% dos custos das oficinas, a mão de obra é a variável mais sensível dos negócios locais. Diante de qualquer recuo do mercado, os empresários precisam fazer cortes rapidamente, sob pena de quebrar.
rn
rn
O secretário adjunto de Desenvolvimento Econômico do Rio Grande do Norte, Sílvio Torquato, disse ao Valor que, por conta do anúncio da parceria entre Shein e Coteminas, há hoje várias empresas querendo aderir ao Pró-Sertão. Ele estima que, em até 60 dias, consegue cadastrar mais cem oficinas no programa. O plano é que a unidade da Coteminas em Macaíba faça o corte das peças. O índigo virá, principalmente, de fornecedores chineses e de empresas nacionais como a Vicunha. As confecções do Seridó ficarão com a parte de costura.
rn
rn
Acordo
rn
rn
O anúncio de que o Rio Grande do Norte terá a primeira produção de roupas da empresa Shein no Brasil ocorreu no dia 29 de junho, no Palácio do Planalto, em Brasília, com a presença da governadora Fátima Bezerra e do presidente Lula. No encontrou, foi confirmanda a instalação de uma fábrica em Macaíba, na Região Metropolitana de Natal, numa parceria com a Companhia de Tecidos Norte de Minas (Coteminas). E as facções serão utilizadas também na produção.
rn
rn
O projeto-piloto, que selará as parcerias comerciais com dois mil fabricantes brasileiros e prevê gerar 100 mil novos empregos nos próximos três anos, começa na unidade da Contaminas, em Macaíba, mas vai usar a expertise de maisde quatro mil profissionais das oficinas de costura instaladas do interior do Estado, em especial na região do Seridó. Num primeiro instante, a aposta será em jeans, brim e malhas de algodão.
rn
rn
“É um reconhecimento ao potencial do nosso Estado, à qualificação de nossa mão de obra e à vocação que temos para a indústria têxtil”, afirmou a governadora Fátima Bezerra. “Isso trará aquilo que o povo mais deseja: emprego, renda e qualidade de vida”, completou a gestora, que estima a criação de outros quatro mil empregos no Estado se a parceria atingir todo o potencial.
rn
rn
A Shein promete investir R$ 750 milhões para aumentar a competitividade da indústria têxtil no Brasil. “Os cálculos iniciais de custos que fizemos apontam que os produtos serão muito competitivos. Acreditamos também na qualidade, graças à mão de obra qualificada que temos no Rio Grande do Norte”, avaliou o presidente da Fiesp e da Coteminas, Josué Alencar.
rn
rn
O Brasil é o primeiro mercado - em que a Shein tem operações - a receber um modelo de produção própria das peças comercializadas na plataforma. Segundo Marcelo Claure, o mercado nacional está entre os cinco mais relevantes para o negócio. Na China, sede da companhia, mais de 6 mil fábricas são responsáveis pela confecção dos itens de vestuário comercializados pela varejista virtual em 165 países operados pelo negócio.
rn
rn
Fonte : Tribuna do Norte
rn
Foto: Adriano Abreu
21 de julho de 2023